Falar de Employee Generated Content (EGC) é também falar sobre cultura. Mais do que incentivar colaboradores a contribuírem com ideias, conteúdos ou bastidores do dia a dia, é preciso criar um ambiente onde eles se sintam seguros para isso — sem medo de julgamentos, represálias ou comparações.
É fácil dizer que “todos podem participar”, mas será que sua empresa realmente promove um espaço de escuta, acolhimento e reconhecimento?
Um ambiente inseguro gera silêncio
Colaboradores não deixam de contribuir porque não sabem como. Eles deixam de contribuir porque não sentem liberdade.
E isso pode estar nos detalhes:
- Uma piada feita sobre quem aparece em um vídeo institucional;
- Um gestor que corrige uma legenda com tom de crítica, não de orientação;
- Um colega que menospreza uma ideia com um “isso não vai dar certo”.
Ambientes assim silenciam iniciativas e barram o potencial criativo que o EGC pode trazer.
Segurança psicológica é a base de tudo
A consultoria McKinsey publicou um estudo mostrando que a segurança psicológica é um dos principais fatores que impulsionam a inovação dentro das empresas. Quando as pessoas sentem que podem errar, opinar e testar ideias sem medo, elas contribuem mais, e com mais qualidade.
No contexto do EGC, isso significa:
- Poder sugerir temas de conteúdo sem medo de parecer “fora do tom”;
- Ter liberdade para compartilhar uma vivência sem receio de exposição;
- Saber que qualquer contribuição será ouvida e valorizada.
EGC vai além de aparecer
Outro ponto importante: nem todo colaborador vai querer — ou precisar — aparecer.
Muitos vão contribuir com sugestões de temas, captação de momentos, insights sobre o que o público interno ou externo gostaria de ver. E esse tipo de colaboração é tão valioso quanto a de quem aparece na frente das câmeras.
Quando o ambiente é seguro, cada um encontra sua forma de contribuir — de forma autêntica e alinhada ao que acredita.
Como sua empresa pode criar um ambiente seguro para o EGC acontecer?
Aqui vão algumas ações práticas:
✅ Liderança que dá o exemplo: Quando os líderes participam e demonstram abertura, o time se sente mais confiante.
✅ Orientações claras, sem engessar: Diretrizes de tom e marca ajudam, mas não devem limitar a criatividade ou gerar medo de errar.
✅ Reconhecimento constante: Valorizar quem participa, mesmo que com pequenos gestos, incentiva os demais.
✅ Respeito às individualidades: Nem todo mundo quer gravar vídeo, e tudo bem. Ofereça formas diferentes de participação.
✅ Feedback construtivo, não crítico: Quem recebe retorno com cuidado tende a tentar de novo. Quem é exposto, se retrai.
O EGC é reflexo da cultura da empresa
Se os colaboradores se sentem valorizados, ouvidos e respeitados, o conteúdo vem de forma natural. Mas se a cultura for baseada em medo, pressão e controle, nenhuma estratégia vai convencer as pessoas a se expressarem.
E como dizemos por aqui: Influenciador que vende se faz em casa. Mas para isso, essa casa precisa ser acolhedora.
Marcus Tonin – Marketeiro Confesso